terça-feira, 23 de agosto de 2011

Força / Coragem

É preciso ter força para ganhar uma guerra,
mas é preciso coragem para se render.

É preciso ter força para sentir a dor de um amigo,
mas é preciso coragem para sentir as próprias dores.

É preciso ter força para ser firme,
mas é preciso coragem para ser gentil.

É preciso ter força para manter-se em forma,
mas é preciso coragem para ficar de pé.

É preciso ter força para se defender,
mas é preciso coragem para baixar a guarda.

É preciso ter força para estar certo,
mas é preciso coragem para ter dúvida.

É preciso ter força para esconder os próprios males,
mas é preciso coragem para demonstrá-los.

É preciso ter força para ganhar uma guerra,
mas é preciso coragem para se render.

É preciso ter força para esconder os próprios males,
mas é preciso coragem para demonstrá-los.

É preciso ter força para amar,
mas é preciso coragem para ser amado.

É preciso ter força para sobreviver,
mas é preciso coragem para viver.


É preciso ter força para ficar sozinho,
mas é preciso coragem para pedir apoio.

É preciso ter força para suportar o abuso,
mas é preciso coragem para faze-lo parar.


segunda-feira, 25 de julho de 2011

A nossa metamorfose...


Quantas vezes mudamos ao longo da nossa vida? Somos metamorfoses constantes e ambulantes. Tudo em nós varia. Não há regras nem perfeição com o que acontece, com o que sentimos, com o que vivemos.
Mudanças são necessárias para o nosso crescimento. Mesmo que inconscientemente elas acontecem. Precisamos evoluir, precisamos de nos adaptar, precisamos vencer, precisamos contornar os predadores. Precisamos aprender a viver connosco, a conviver e tentar pelo menos ver em que mudamos…Nem sempre acontece. Ficamos chateados se nada é como queríamos, ficamos frustrados se por algum acaso estamos desanimados, cansados. Cansados de nós, cansados das pessoas, cansados das nossas atitudes, cansados do que as pessoas nos fazem. Mas tudo muda. Nosso corpo, nossa mente, nosso coração. O mundo muda, as pessoas mudam e muitas não mudam nunca. Mas mudar é algo que depende de nós e mudar também muitas vezes acontece porque precisamos e porque a vida nos impôs a tal situação. Perdemos tempo demais a reclamar, perdemos tempo demais sem paciência, perdemos muito tempo... E com essa perda de tempo, não dá para fazer aqueles ajustes mesmo que sejam incertos e provisórios. Nunca sabemos o que fazer connosco mesmo tendo todas as possibilidades e respostas, mesmo que algumas pessoas nos virem as costas, deveríamos seguir sem nunca nos abandonar. Mas enquanto estivermos mudando para melhor, a metamorfose será positiva. Se para pior, a vida ensina, senão, morrerá sem saber o que é voar!
Aprendemos tanto durante a vida, de tudo conseguimos tirar lições. Mesmo assim, muitas vezes continuamos a cometer os mesmos erros. Talvez porque não nos preparamos tão bem para lidar com algumas coisas, mesmo passando por algo semelhante no passado. Só que, mesmo assim, no fundo aprenderemos algo. E não somente com os erros, mas também com os acertos. Só que nos acertos já sabemos basicamente qual o melhor caminho. Então, errar e acertar faz parte da vida, um dia erramos, outro dia acertamos. Aprender com os erros, recordar os acertos…
Aprendemos que por pior que seja um problema ou situação existe uma saída.
Aprendemos que é errado fugir das dificuldades. Mais cedo ou mais tarde, será preciso tirar as pedras do caminho para conseguir avançar.
Aprendemos que perdemos tempo preocupando-nos com fatos que muitas vezes só existem na nossa mente.
Aprendemos que é necessário um dia de chuva para darmos valor ao sol, mas se ficarmos expostos muito tempo, o sol queima.
Aprendemos que heróis não são aqueles que realizam obras notáveis, mas os que fizeram o que foi necessário e assumiram as consequências dos seus actos.
Aprendemos que, não importa em quantos pedaços nosso coração está partido, o mundo não pára para que nós o consertemos.
Aprendemos que ao invés de ficar a espera que alguém nos traga flores, é melhor plantar um jardim.
Aprendemos que amar não significa transferir aos outros a responsabilidade de fazer felizes. Cabe a nós a tarefa de apostar nos nossos talentos e realizar os nossos sonhos.
Aprendemos que o que faz a diferença não é o que temos na vida, mas quem nós temos. E que uma boa família são os amigos que escolhemos.
Aprendemos que as pessoas mais queridas podem nos ferir. E talvez não nos amem tanto quanto nós gostaríamos, o que não significa que não amem muito, talvez seja o máximo que conseguem. Isso é o mais importante.
Aprendemos que toda mudança inicia um ciclo de construção.
Aprendemos que o tempo é preciso e não volta atrás. Por isso, não vale a pena resgatar o passado. O que vale a pena é construir o futuro.
Aprendemos que devemos descruzar os braços e vencer o medo de partir em busca dos nossos sonhos.
Aprendemos com o passar do tempo que nos decepcionamos facilmente. A arte de amar não é tão fácil quanto parece ser, mas sinto algo no meu peito… Algo forte, um ar de dever cumprido, e de que, quando se espreme um coração as lágrimas desabam diante dos nossos olhos. Cada lágrima é uma lição que aprendemos, pois cada uma delas nos diz que precisaremos ser mais fortes ao amanhecer.
Fiz de tudo para ganhar esta guerra, porem perdi. Não sei que caminho seguir depois de perder, só sei que vou enfrentar. Mas não vou desistir porque nunca é tarde para voltar a batalhar, procuro olhar o horizonte em busca de conforto depois de tantas batalhas, e com o coração em ruínas. Caminho numa selva em busca de um caminho certo a seguir, pois sou forte e procuro a felicidade…Porque daqui para frente irei lutar por um novo começo, e não tentar mudar o que não posso, pois se nunca poderei vencer esta guerra que tanto meu coração quer vencer. Quem sabe um dia eu saiba voar e entender o porque de tanta luta se o mais simples era recomeçar.

sábado, 23 de julho de 2011

Ontem chorei...


Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termo-nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Palavras ditas. Momentos em branco. Chorei pela nossas guerras. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito. Pelo carinho esquecido. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Minha. Tua. Por tudo que foi e voou. E não volta mais.
Eu queria ficar com raiva em vez de ficar triste.Sair e gritar,partir tudo o que estivesse a minha frente em vez de esconder e chorar. Queria bater de frente, ser forte o suficiente para fazer tudo. Talvez esse não seja o verdadeiro sentido de ser forte,forte é a rocha que tudo suporta, e não as ondas do mar que destroem tudo por onde passa. Mas nos momentos mais difíceis eu sou fraca, e eu não devia ser assim...
Acumulando tudo, para só depois explodir.Sabendo que isso é o pior,que me vai fazer sentir mais fraca ainda.Por perceber que talvez tenha explodido muito tarde e que o que tinha nas mãos desapareceu em segundos.E que algumas vezes jamais são recuperadas por uma simples duvida.
As nossas decisões e atitudes deveriam ser tomadas de imediato assim que ocorrem. Para que guardar estas coisas mal remuidas?
Só para sofrer mais? Depois ficamos cada vez mais tristes por palavras que deixaram de ser ditas na hora. O mais difícil é ficar alimentando isso que a cada dia que passa nos faz cair num poço, um poço de lagrimas e tristezas...
Ontem chorei mas hoje é um novo dia....

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Feliz quem não espera nada....


O meu mundo não é como o dos outros, quero demais... Exijo demais.... Há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem mesmo eu compreendo. Tenho uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade.. Sei lá de que.....
Quero tudo novo, de novo... Quero olhar para a frente e só o necessário para trás. Quero olhar nos olhos de quem me fez sofrer, sorrir e abraçar sem mágoa.
Quero pedir menos desculpa...
Quero mais chão...
Quero aceitar menos....
Quero não sentir saudade...
Quero deixar morrer o desejo...
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados...
Quero que sejas a pessoa que ja esteve...
Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo,
quero-te só porque a ti te quero,
odeio-te sem fim e odiando te rogo,
é a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te...
Feliz quem não espera nada... Pois nunca terá desilusões...

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Nada é tão certo quanto a incerteza...



O certo de agora é viver o presente,manter lembranças do passado,e deixar o futuro acontecer.Não me arrependo dos actos, das palavras ditas que não voltam a boca.Não vivo como se nunca fosse morrer,para não morrer como se nunca tivesse vivido.
E por mais incertezas que tenha.A única certeza que tenho é que nada é feito de 100% verdade.
Quem muda por algo é correto,quem muda por alguem é burro.Na vida cada um tem a sua história,não podemos modificar o passado,apenas podemos fazer com que o futuro seja diferente.
Dificil é sair pela porta e tentar entender o outro,quando mal se entende a si mesmo.E todo mundo está disposto a correr algum risco a partir do momento que se estabelece um desafio.
O mais comum é errar tentando acertar.Vivo e deixo parte de mim no sorriso,e a maior parte no silêncio.Por que nem todas as minhas palavras são do interesse de todos,e a minha certeza é tão particular quanto o meu sorriso.Verdade é apenas uma palavra para defender com unhas e dentes o nosso ponto de vista.E que tudo seja resolvido com sabedoria, para que ao tentar entender o outro não se faça nenhuma injustiça ,ou ainda,se duvidar do outro que não se cometa injustiça da mesma maneira.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Hoje não existe mais....


Esquece as promessas. Esquece tudo. Esquece o eu, o tu, o nós. Juro que vou te esquecer. Hoje quando acordei, com os olhos inchados,jurei pra mim mesma que não ia mais chorar. Não por alguém que se esqueceu de mim, não por alguém que me trocou, não por alguém que não soube valorizar-me... Não por ti.
Depois de não conseguir mais parar de chorar, ergui minha cabeça e olhei o infinito. O que estou a fazer da minha vida? Que raio estou a fazer?
Tenho que apagar a outra metade na minha vida, a metade que eras tu, a metade que me fazia feliz, a metade das minhas idéias, a metade das minhas vontades, a minha metade.
Agora percebi que não preciso de ti, muito menos das tuas palavras. Muito menos do teu único defeito...
Agora só existe eu e a minha máscara. Tu és um pretérito perfeito. Perfeito como tu um dia definiste... Perfeito como o amor pode ser, e que hoje não existe mais..

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Quase....


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Conhecidos, colegas, amigos e amores...


Ao longo de uma vida, inúmeros são os acontecimentos que nos ocorrem, muitos deles infelizes, alguns bons e raros de extrema felicidade.

Com o passar do tempo e o constante aprendizado ao longo da vida, adquirimos SABEDORIA e percebemos que temos conhecidos, colegas, amigos e amores.

Todos eles nos ensinam, mais ou menos, lições sobre a VIDA.

O que vemos é que, por incrível que pareça, alguns DESCONHECIDOS se tornam nossos AMIGOS em função de situações que passamos e, do nada, ficamos agradecidos à ajuda recebida deste, até então, DESCONHECIDO, mas que por acontecimentos e percalços tornou-se um AMIGO!

Vemos também velhos AMIGOS darem demonstração de covardia, traição e abandono diante de situações que a vida nos coloca, mas às vezes nos arrependemos amargamente por termos alimentado uma ILUSÃO com o dito cujo, o chamando de AMIGO, que após uma acção de desonra nos parece um DESCONHECIDO! Lamentável! Percebemos que dependendo o dia e hora, alguns CONHECIDOS viram COLEGAS apenas para se aproximar mais de nós e ajudar ou até só para se aproveitar de nossa "inocência" fraterna.

O que mais vemos são COLEGAS que dão demonstração de simples CONHECIDOS. Percebemos então que há alternância pois vai depender do momento que a vida nos apresenta, só aí veremos quem são AMIGOS, COLEGAS, CONHECIDOS E DESCONHECIDOS

Supostamente a diferença é grande… Já todos ouvimos dizer algo como “Amigos tenho poucos…Conhecidos são aos montes!”.

Mas há coisas que nos deixam a pensar… Poderá um Amigo ser realmente Amigo num ano, e no ano seguinte passar a ser um banal Conhecido que nos fala como se nada fosse?
Conversas de Amigos que deixam de o ser para se tornarem conversas de ocasião? Poderá um amor ser realmente um amor?

domingo, 12 de junho de 2011

Cuidado com as palavras...


Existem diversos momentos na vida em que falamos sem pensar...
Ou pensamos e falamos, mas não temos a dimensão certa das palavras que usamos. E assim confundimos, enganamos e principalmente, magoamos alguém.
Nossas piores palavras são em momentos de raiva ou dor, mas seja qual for o motivo cuidado... Palavras depois de ditas não voltam e os estragos podem ser para sempre...

A palavra foi: "LAMENTÁVEL". Que no dicionário quer dizer: 1.digno de ser lamentado, ou lastimado. 2. digno de dó. 3.que encerra lamentação.
Mas o contexto era o relacionamento. Numa relação é lamentavel quando não existe respeito , assim se humilha e magoa o outro por crueldade ou simplesmente por falta de amor.
Pessoas assim nao hesitarão em mentir, enganar.. Elas sorriem o tempo todo, 100% compreensivas, e nunca se queixam do que quer que façamos... Não importa o que quer que façamos... Este tipo de pessoas estão preocupadas com elas próprias..E no momento de partir somos apenas algo descartável.

Também lamentável é ser traído, descobrir que dedicamos sentimentos a alguém que não nos ama, que não nos respeita. Ai sim.... Digo que é de lamentar , de lastimar... Nós podemos ser traídos de varias formas, fisicamente, nos sonhos ou esperanças..

Digno de ser lamentado é quando no rumo natural das coisas perdemos alguém que amamos, que nos deixam cheios de saudades, porque a morte é natural e faz parte da vida... E ai sim... É lamentável...


segunda-feira, 25 de abril de 2011

O futuro fica demasiado longe...


O tempo não obedece á vontade de emendar os erros cometidos. As tentativas de esquecer aumentam os dias perdidos... Tudo mete medo quando a vida acontece demasiado cedo e tudo anda devagar...
O tempo passa, as coisas mudam.....
Hoje estamos no inferno, amanhã poderemos estar no céu...
Hoje estamos á chuva, amanhã poderemos estar ao sol...
Hoje estamos sozinhos, amanhã poderemos estar juntos...
Hoje estamos de costas, amanhã poderemos estar unidos...
Hoje estamos em silêncio, amanhã poderemos cantar...
O tempo passa, o tempo cura... Mesmo a pior das feridas e a pior das dores...
Com o tempo nada fica, porque o tempo não pára...
O tempo muda tudo...
Ontem já foi e nada mais há o que fazer... Só nos resta redesenhar nosso destino a partir do hoje, mas usando como base nossos erros, acertos e até as inercias de ontem...
Lamentar uma dor passada no presente é criar outra dor e sofrer novamente.
Perder alguém para a vida dói...Dói bastante...
Abre uma ferida no meio do peito, no meio da alma... Um dia passa e a dor é forte, outro dia passa e a dor suaviza um pouco- isso porque ás vezes criamos uma esperança, um sinal que algo pode mudar.
Mas quando percebemos que é pura ilusão, começa tudo de novo...
Depois tentamos com uma "bolinha" tapar essa ferida. Mas não encaixa....
Tentamos outra "bolinha" mais pequena, mas não encaixa... Dói de novo...
Muitas vezes tentamos encaixar tudo.... Mas a ferida parece não querer cicatrizar...

Ter um grande amor e perde-lo é a melhor lição de vida, para nos fazer descobrir o quanto melhores nos podemos tornar...
Oh tempo? Quanto tempo demoras a passar?


domingo, 24 de abril de 2011

Porquês...


Difícil é esperar com a cabeça cheia daquilo que o coração anseia…

Saber o que virá e se realmente esse dia chegará.

Difícil é entender os tantos porquês que a cabeça assim questiona.

Não sei se me enganei.

Se foi o que senti.

Coisas que achei que tinha.

Não é fácil ver tudo ruir.

Hoje não sei o que me faz sofrer se é o facto de te perder ou simplesmente não entender as coisas que nunca entendi.

Mas eu irei a seguir, retirar de mim o que o tempo fez existir…

domingo, 17 de abril de 2011

O Caçador de Borboletas


Vladimir recebeu muitas prendas no Natal, entre livros, discos, legos, jogos de computador, mas gostou sobretudo do equipamento para caçar borboletas. O equipamento incluía uma rede, um frasco de vidro, algodão, éter, uma caixa de madeira com o fundo de cortiça, e alfinetes coloridos. O pai explicou-lhe que a caixa servia para guardar as borboletas. Matam-se as borboletas com o éter, espetam-se na cortiça, de asas estacadas, e dessa forma, mesmo mortas, elas duram muito tempo. É assim que fazem os coleccionadores.

Aquilo deixou-o entusiasmado. Ele gostava de insectos mas não sabia que era possível coleccioná-los, como quem colecciona selos, conchas ou postais, talvez até trocar exemplares repetidos com os amigos.

Nessa mesma tarde saiu para caçar borboletas. Foi para o matagal junto ao rio, atrás de casa, um lugar onde se juntavam insectos de todo o tipo. Já tinha apanhado cinco borboletas, que guardara dentro do frasco de vidro, quando ouviu alguém cantar com uma voz de algodão doce – uma voz tão doce e tão macia que ele julgou que sonhava. Espreitou e viu uma linda borboleta, linda como um arco-íris, mas ainda mais colorida e luminosa. Sentiu o que deve sentir em momentos assim todo o caçador: sentiu que o ar lhe faltava, sentiu que as mãos lhe tremiam, sentiu uma espécie de alegria muito grande. Lançou a rede e viu a borboleta soltar-se num voo curto e depois debater-se, já presa, nas malhas de nylon. Passou-a para o frasco e ficou um longo momento a olhar para ela.

— Agora és minha — disse-lhe. — Toda a tua beleza me pertence.

A borboleta agitou as asas muito levemente e ele ouviu a mesma voz que há instantes o encantara:

— Isso não é possível — era a borboleta que falava. — Sabes como surgiram as borboletas? Foi há muito, muito tempo, na Índia. Vivia ali um homem sábio e bom, chamado Buda…

Vladimir esfregou os olhos:

— Meu Deus! Estou a sonhar?

A borboleta riu-se:

— Isso não tem importância. Ouve a minha história. Buda, o tal homem sábio e bom, achou que faltava alegria ao ar. Então colheu uma mão cheia de flores e lançou-as ao vento e disse: “Voem!” E foi assim que surgiram as primeiras borboletas. A beleza das borboletas é para ser vista no ar, entendes? É uma beleza para ser voada.

— Não! — disse Vladimir abanando a cabeça. — Eu sou um caçador de borboletas. As borboletas nascem, voam e morrem e, se não forem coleccionadores como eu, desaparecem para sempre.

A borboleta riu-se de novo (um riso calmo, como um regato correndo, não era um riso de troça):

— Estás enganado. Há certas coisas que não se podem guardar. Por exemplo, não podes guardar a luz do luar, ou a brisa perfumada de um pomar de macieiras. Não podes guardar as estrelas dentro de uma caixa. No entanto, podes coleccionar estrelas. Escolhe uma quando a noite chegar. Será tua. Mas deixa-a guardada na noite. É ali o lugar dela.

Vladimir começava a achar que ela tinha razão.

— Se eu te libertar agora — perguntou — tu serás minha?

A borboleta fechou e abriu as asas, iluminando o frasco com uma luz de todas as cores.

— Já sou tua — disse — e tu já és meu. Sabes? Eu colecciono caçadores de borboletas.

Vladimir regressou a casa alegre como um pássaro. O pai quis saber se ele tinha feito uma boa caçada. O menino mostrou-lhe com orgulho o frasco vazio:

— Muito boa — disse. — Estás a ver? Deixei fugir a borboleta mais bela do mundo.


sábado, 9 de abril de 2011

Expectativas


Quando depositamos muita confiança ou expectativas numa pessoa, o risco de
nos decepcionarmos é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos consciencializar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam,completam-se... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objectivos comuns, alegrias e vivências....

Com o tempo, vamos percebendo que para ser feliz com a outra pessoa,precisamos em primeiro lugar, não precisar dela. Perceber também que aquela pessoa que amamos (ou achamos que amamos) e que não quer nada connosco , definitivamente, não é o homem ou a mulher da nossa vida.

Nós aprendemos a gostar de nós, a cuidar de nós, e principalmente a gostar de quem gosta de nós...

No final das contas, vamos encontrar...
não quem estávamos procurando, mas quem estava procurando por nós....

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Cicatrizes


Quando amamos alguém, não perdemos só a cabeça, perdemos também o nosso coração. Ele salta para fora do peito e depois, quando volta, já não é o mesmo, é outro, com cicatrizes novas. Ás vezes volta maior, se o amor foi feliz; outras, regressa feito numa bola de trapos, é preciso reconstruí-lo com paciência, dedicação e muito amor-próprio. E outras vezes não volta. Fica do outro lado da vida, na vida de quem não quis ficar ao nosso lado.
Arrumamos aqueles que amamos no nosso coração e encontramos a paz sem esforço nem encenações fáceis que podemos dizer que tudo acabou, porque não podemos continuar amar aquilo que já não existe..

Vontade / Medo


A vontade é o avesso do medo. Só um ou outro comandam a vida. Quantas guerras não começaram por medo? Quantas batalhas não se venceram pela força da vontade?
A força da vontade é algo que conhecemos no nosso trabalho, no estrito cumprimento dos nossos deveres profissionais e familiares.
Onde está a nossa mais profunda vontade? Onde se escondem e como são os nossos desejos mais escondidos? O que queremos verdadeiramente para a nossa vida?


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tirem-me da cruz...


Há quanto tempo eu estou ali especado
Parado, cansado- crucificado
Sem nada para dizer, ou fazer
Ou fazer-te perceber.
Os anos passam, trespassam
O teu olhar para mim- que não muda
E eu aqui mudo, sem dizer sim.
Não me ouves
E como não me ouves
Não me falas, não olhas
Não dás por mim.
Não me encontro contigo
Na discoteca
Não me cruzo contigo
Na tua vida
Na tua Meca.
Eu estou na cruz pregado
Parado, amaldiçoado
Pelo teu olhar rasgado
Sem dar por mim.
Gostava de poder ser teu amigo
Do peito, o que der jeito
Poder dar uma ajuda, aguda
Na tua vida.
Na tua luta.
Falar dos teus problemas
Sem esquemas
Com luz, apenas.
Podes iluminar, inspirar
Fazer a tua alma
Voltar acordar-para cantar.
Não há pior tristeza
Que não acreditar.
Pior, muito pior
Que a falta
De pão na mesa
Que a incerteza
É não ter luz.
Na luz, real beleza
A alma canta
O céu levanta
A mão acena
Sentes que vale a pena.
Faz-me um grande favor, amigo
Querido
Peito sentido
-Sair da cruz tem sido
O que me tem valido-
Fala-me de ti
Mesmo que não me ouças
A falar de mim
Ou de ti.
Vamos conversar
Mesmo que não seja para já
Que tu me irás ouvir.
Mas fala
Conta-me de ti
E acredita
Que eu posso-te ouvir.

E tira-me da cruz
Deixa-me ser luz
Na tua vida
E segue a tua vida
Sem a minha cruz

E um dia quando não estiveres
Á espera- quimera-
O teu peito vai-se abrir
E colorir.
Vais sentir o quente -
Do mundo- dentro de ti.
Vais sentir que a cena
Vale mesmo a pena
E vais sorrir.
E uma estrada branca
Um caminho
Vai-te seduzir.
E vais saber que já
Não estás sozinho
Eu estou aqui.
E vais sentir que o quente
No peito
Fui eu que pus
Porque eu sou luz.

JESUS

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Mão no ombro...


Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos na maciez de uma cama...
Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...
Há certas horas, quando sentimos que estamos para chorar, que desejamos uma presença amiga, a ouvir-nos pacientemente, a brincar connosco , a fazer-nos sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja dada uma sinceridade
inquestionável...
Que nos mande calar ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:
Acho que estás errado, mas estou ao teu lado...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ao longo do meu caminho...


Depois de algum tempo aprendi a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendi que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. Comecei a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabei por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de uma criança e com a tristeza de um adulto. E aprendi a construir todas as estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em vão. Depois de algum tempo aprendi que o sol queima se me expuser a ele por muito tempo. Aprendi que não importa o quanto não me importa, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceito que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela pode ferir-me de vez em quando. Aprendi que falar não alivia dores emocionais. Descobri que se leva anos para construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que poderei fazer coisas das quais me arrependerei para o resto da vida. Aprendi que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tenho na vida, mas quem tenho na vida. E que bons amigos são a família que me permitiram escolher. Aprendi que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebi que o meu melhor amigo e eu podemos fazer qualquer coisa, ou nada, e termos bons momentos juntos. Descobri que as pessoas com quem eu mais me importo são tiradas da minha vida muito depressa. Descobri que devo sempre despedir-me das pessoas que amo com palavras amorosas porque pode ser a última vez que a vejo. Aprendi que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós. Comecei a aprender que não me devo comparar com os outros, mas com o melhor que posso ser. Descobri que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprendi que, ou controlo os meus actos ou eles me controlarão e que ser inflexível nem sempre significa orgulhosa. Aprendi que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências. Aprendi que paciência requer muita prática. Descobri que algumas vezes a pessoa que espero que me levante, quando caio, é uma das que me empurram. Aprendi que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tivemos e o que aprendemos com elas do que com quantos aniversários já comemoramos. Aprendi que quando estou com raiva tenho o direito de estar com raiva. Descobri que só porque alguém não me ama da forma que desejo, não significa que esse alguém não me ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprendi que nem sempre é suficiente perdoar, algumas vezes tens que aprender a esquecer. Aprendi que com a mesma severidade com que me julgam, poderão ser em algum momento condenados. Aprendi que não importa em quantos pedaços o meu coração foi partido, o mundo não parou para que conseguisse conserta-lo, antes de ser partido novamente. Aprendi que o tempo não é algo que possa voltar para trás. E aprendi que realmente consigo suportar mais...Que sou realmente forte, e que posso ir muito mais longe depois de pensar que não posso mais. E que realmente a vida teme que eu tenho valor diante da vida! As nossas dádivas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderia conquistar, se não fosse o medo de tentar...