quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tirem-me da cruz...


Há quanto tempo eu estou ali especado
Parado, cansado- crucificado
Sem nada para dizer, ou fazer
Ou fazer-te perceber.
Os anos passam, trespassam
O teu olhar para mim- que não muda
E eu aqui mudo, sem dizer sim.
Não me ouves
E como não me ouves
Não me falas, não olhas
Não dás por mim.
Não me encontro contigo
Na discoteca
Não me cruzo contigo
Na tua vida
Na tua Meca.
Eu estou na cruz pregado
Parado, amaldiçoado
Pelo teu olhar rasgado
Sem dar por mim.
Gostava de poder ser teu amigo
Do peito, o que der jeito
Poder dar uma ajuda, aguda
Na tua vida.
Na tua luta.
Falar dos teus problemas
Sem esquemas
Com luz, apenas.
Podes iluminar, inspirar
Fazer a tua alma
Voltar acordar-para cantar.
Não há pior tristeza
Que não acreditar.
Pior, muito pior
Que a falta
De pão na mesa
Que a incerteza
É não ter luz.
Na luz, real beleza
A alma canta
O céu levanta
A mão acena
Sentes que vale a pena.
Faz-me um grande favor, amigo
Querido
Peito sentido
-Sair da cruz tem sido
O que me tem valido-
Fala-me de ti
Mesmo que não me ouças
A falar de mim
Ou de ti.
Vamos conversar
Mesmo que não seja para já
Que tu me irás ouvir.
Mas fala
Conta-me de ti
E acredita
Que eu posso-te ouvir.

E tira-me da cruz
Deixa-me ser luz
Na tua vida
E segue a tua vida
Sem a minha cruz

E um dia quando não estiveres
Á espera- quimera-
O teu peito vai-se abrir
E colorir.
Vais sentir o quente -
Do mundo- dentro de ti.
Vais sentir que a cena
Vale mesmo a pena
E vais sorrir.
E uma estrada branca
Um caminho
Vai-te seduzir.
E vais saber que já
Não estás sozinho
Eu estou aqui.
E vais sentir que o quente
No peito
Fui eu que pus
Porque eu sou luz.

JESUS

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