segunda-feira, 25 de abril de 2011

O futuro fica demasiado longe...


O tempo não obedece á vontade de emendar os erros cometidos. As tentativas de esquecer aumentam os dias perdidos... Tudo mete medo quando a vida acontece demasiado cedo e tudo anda devagar...
O tempo passa, as coisas mudam.....
Hoje estamos no inferno, amanhã poderemos estar no céu...
Hoje estamos á chuva, amanhã poderemos estar ao sol...
Hoje estamos sozinhos, amanhã poderemos estar juntos...
Hoje estamos de costas, amanhã poderemos estar unidos...
Hoje estamos em silêncio, amanhã poderemos cantar...
O tempo passa, o tempo cura... Mesmo a pior das feridas e a pior das dores...
Com o tempo nada fica, porque o tempo não pára...
O tempo muda tudo...
Ontem já foi e nada mais há o que fazer... Só nos resta redesenhar nosso destino a partir do hoje, mas usando como base nossos erros, acertos e até as inercias de ontem...
Lamentar uma dor passada no presente é criar outra dor e sofrer novamente.
Perder alguém para a vida dói...Dói bastante...
Abre uma ferida no meio do peito, no meio da alma... Um dia passa e a dor é forte, outro dia passa e a dor suaviza um pouco- isso porque ás vezes criamos uma esperança, um sinal que algo pode mudar.
Mas quando percebemos que é pura ilusão, começa tudo de novo...
Depois tentamos com uma "bolinha" tapar essa ferida. Mas não encaixa....
Tentamos outra "bolinha" mais pequena, mas não encaixa... Dói de novo...
Muitas vezes tentamos encaixar tudo.... Mas a ferida parece não querer cicatrizar...

Ter um grande amor e perde-lo é a melhor lição de vida, para nos fazer descobrir o quanto melhores nos podemos tornar...
Oh tempo? Quanto tempo demoras a passar?


domingo, 24 de abril de 2011

Porquês...


Difícil é esperar com a cabeça cheia daquilo que o coração anseia…

Saber o que virá e se realmente esse dia chegará.

Difícil é entender os tantos porquês que a cabeça assim questiona.

Não sei se me enganei.

Se foi o que senti.

Coisas que achei que tinha.

Não é fácil ver tudo ruir.

Hoje não sei o que me faz sofrer se é o facto de te perder ou simplesmente não entender as coisas que nunca entendi.

Mas eu irei a seguir, retirar de mim o que o tempo fez existir…

domingo, 17 de abril de 2011

O Caçador de Borboletas


Vladimir recebeu muitas prendas no Natal, entre livros, discos, legos, jogos de computador, mas gostou sobretudo do equipamento para caçar borboletas. O equipamento incluía uma rede, um frasco de vidro, algodão, éter, uma caixa de madeira com o fundo de cortiça, e alfinetes coloridos. O pai explicou-lhe que a caixa servia para guardar as borboletas. Matam-se as borboletas com o éter, espetam-se na cortiça, de asas estacadas, e dessa forma, mesmo mortas, elas duram muito tempo. É assim que fazem os coleccionadores.

Aquilo deixou-o entusiasmado. Ele gostava de insectos mas não sabia que era possível coleccioná-los, como quem colecciona selos, conchas ou postais, talvez até trocar exemplares repetidos com os amigos.

Nessa mesma tarde saiu para caçar borboletas. Foi para o matagal junto ao rio, atrás de casa, um lugar onde se juntavam insectos de todo o tipo. Já tinha apanhado cinco borboletas, que guardara dentro do frasco de vidro, quando ouviu alguém cantar com uma voz de algodão doce – uma voz tão doce e tão macia que ele julgou que sonhava. Espreitou e viu uma linda borboleta, linda como um arco-íris, mas ainda mais colorida e luminosa. Sentiu o que deve sentir em momentos assim todo o caçador: sentiu que o ar lhe faltava, sentiu que as mãos lhe tremiam, sentiu uma espécie de alegria muito grande. Lançou a rede e viu a borboleta soltar-se num voo curto e depois debater-se, já presa, nas malhas de nylon. Passou-a para o frasco e ficou um longo momento a olhar para ela.

— Agora és minha — disse-lhe. — Toda a tua beleza me pertence.

A borboleta agitou as asas muito levemente e ele ouviu a mesma voz que há instantes o encantara:

— Isso não é possível — era a borboleta que falava. — Sabes como surgiram as borboletas? Foi há muito, muito tempo, na Índia. Vivia ali um homem sábio e bom, chamado Buda…

Vladimir esfregou os olhos:

— Meu Deus! Estou a sonhar?

A borboleta riu-se:

— Isso não tem importância. Ouve a minha história. Buda, o tal homem sábio e bom, achou que faltava alegria ao ar. Então colheu uma mão cheia de flores e lançou-as ao vento e disse: “Voem!” E foi assim que surgiram as primeiras borboletas. A beleza das borboletas é para ser vista no ar, entendes? É uma beleza para ser voada.

— Não! — disse Vladimir abanando a cabeça. — Eu sou um caçador de borboletas. As borboletas nascem, voam e morrem e, se não forem coleccionadores como eu, desaparecem para sempre.

A borboleta riu-se de novo (um riso calmo, como um regato correndo, não era um riso de troça):

— Estás enganado. Há certas coisas que não se podem guardar. Por exemplo, não podes guardar a luz do luar, ou a brisa perfumada de um pomar de macieiras. Não podes guardar as estrelas dentro de uma caixa. No entanto, podes coleccionar estrelas. Escolhe uma quando a noite chegar. Será tua. Mas deixa-a guardada na noite. É ali o lugar dela.

Vladimir começava a achar que ela tinha razão.

— Se eu te libertar agora — perguntou — tu serás minha?

A borboleta fechou e abriu as asas, iluminando o frasco com uma luz de todas as cores.

— Já sou tua — disse — e tu já és meu. Sabes? Eu colecciono caçadores de borboletas.

Vladimir regressou a casa alegre como um pássaro. O pai quis saber se ele tinha feito uma boa caçada. O menino mostrou-lhe com orgulho o frasco vazio:

— Muito boa — disse. — Estás a ver? Deixei fugir a borboleta mais bela do mundo.


sábado, 9 de abril de 2011

Expectativas


Quando depositamos muita confiança ou expectativas numa pessoa, o risco de
nos decepcionarmos é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos consciencializar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam,completam-se... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objectivos comuns, alegrias e vivências....

Com o tempo, vamos percebendo que para ser feliz com a outra pessoa,precisamos em primeiro lugar, não precisar dela. Perceber também que aquela pessoa que amamos (ou achamos que amamos) e que não quer nada connosco , definitivamente, não é o homem ou a mulher da nossa vida.

Nós aprendemos a gostar de nós, a cuidar de nós, e principalmente a gostar de quem gosta de nós...

No final das contas, vamos encontrar...
não quem estávamos procurando, mas quem estava procurando por nós....

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Cicatrizes


Quando amamos alguém, não perdemos só a cabeça, perdemos também o nosso coração. Ele salta para fora do peito e depois, quando volta, já não é o mesmo, é outro, com cicatrizes novas. Ás vezes volta maior, se o amor foi feliz; outras, regressa feito numa bola de trapos, é preciso reconstruí-lo com paciência, dedicação e muito amor-próprio. E outras vezes não volta. Fica do outro lado da vida, na vida de quem não quis ficar ao nosso lado.
Arrumamos aqueles que amamos no nosso coração e encontramos a paz sem esforço nem encenações fáceis que podemos dizer que tudo acabou, porque não podemos continuar amar aquilo que já não existe..

Vontade / Medo


A vontade é o avesso do medo. Só um ou outro comandam a vida. Quantas guerras não começaram por medo? Quantas batalhas não se venceram pela força da vontade?
A força da vontade é algo que conhecemos no nosso trabalho, no estrito cumprimento dos nossos deveres profissionais e familiares.
Onde está a nossa mais profunda vontade? Onde se escondem e como são os nossos desejos mais escondidos? O que queremos verdadeiramente para a nossa vida?


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tirem-me da cruz...


Há quanto tempo eu estou ali especado
Parado, cansado- crucificado
Sem nada para dizer, ou fazer
Ou fazer-te perceber.
Os anos passam, trespassam
O teu olhar para mim- que não muda
E eu aqui mudo, sem dizer sim.
Não me ouves
E como não me ouves
Não me falas, não olhas
Não dás por mim.
Não me encontro contigo
Na discoteca
Não me cruzo contigo
Na tua vida
Na tua Meca.
Eu estou na cruz pregado
Parado, amaldiçoado
Pelo teu olhar rasgado
Sem dar por mim.
Gostava de poder ser teu amigo
Do peito, o que der jeito
Poder dar uma ajuda, aguda
Na tua vida.
Na tua luta.
Falar dos teus problemas
Sem esquemas
Com luz, apenas.
Podes iluminar, inspirar
Fazer a tua alma
Voltar acordar-para cantar.
Não há pior tristeza
Que não acreditar.
Pior, muito pior
Que a falta
De pão na mesa
Que a incerteza
É não ter luz.
Na luz, real beleza
A alma canta
O céu levanta
A mão acena
Sentes que vale a pena.
Faz-me um grande favor, amigo
Querido
Peito sentido
-Sair da cruz tem sido
O que me tem valido-
Fala-me de ti
Mesmo que não me ouças
A falar de mim
Ou de ti.
Vamos conversar
Mesmo que não seja para já
Que tu me irás ouvir.
Mas fala
Conta-me de ti
E acredita
Que eu posso-te ouvir.

E tira-me da cruz
Deixa-me ser luz
Na tua vida
E segue a tua vida
Sem a minha cruz

E um dia quando não estiveres
Á espera- quimera-
O teu peito vai-se abrir
E colorir.
Vais sentir o quente -
Do mundo- dentro de ti.
Vais sentir que a cena
Vale mesmo a pena
E vais sorrir.
E uma estrada branca
Um caminho
Vai-te seduzir.
E vais saber que já
Não estás sozinho
Eu estou aqui.
E vais sentir que o quente
No peito
Fui eu que pus
Porque eu sou luz.

JESUS