sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Mão no ombro...


Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos na maciez de uma cama...
Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...
Há certas horas, quando sentimos que estamos para chorar, que desejamos uma presença amiga, a ouvir-nos pacientemente, a brincar connosco , a fazer-nos sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja dada uma sinceridade
inquestionável...
Que nos mande calar ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:
Acho que estás errado, mas estou ao teu lado...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ao longo do meu caminho...


Depois de algum tempo aprendi a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendi que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. Comecei a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabei por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de uma criança e com a tristeza de um adulto. E aprendi a construir todas as estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em vão. Depois de algum tempo aprendi que o sol queima se me expuser a ele por muito tempo. Aprendi que não importa o quanto não me importa, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceito que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela pode ferir-me de vez em quando. Aprendi que falar não alivia dores emocionais. Descobri que se leva anos para construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que poderei fazer coisas das quais me arrependerei para o resto da vida. Aprendi que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tenho na vida, mas quem tenho na vida. E que bons amigos são a família que me permitiram escolher. Aprendi que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebi que o meu melhor amigo e eu podemos fazer qualquer coisa, ou nada, e termos bons momentos juntos. Descobri que as pessoas com quem eu mais me importo são tiradas da minha vida muito depressa. Descobri que devo sempre despedir-me das pessoas que amo com palavras amorosas porque pode ser a última vez que a vejo. Aprendi que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós. Comecei a aprender que não me devo comparar com os outros, mas com o melhor que posso ser. Descobri que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprendi que, ou controlo os meus actos ou eles me controlarão e que ser inflexível nem sempre significa orgulhosa. Aprendi que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências. Aprendi que paciência requer muita prática. Descobri que algumas vezes a pessoa que espero que me levante, quando caio, é uma das que me empurram. Aprendi que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tivemos e o que aprendemos com elas do que com quantos aniversários já comemoramos. Aprendi que quando estou com raiva tenho o direito de estar com raiva. Descobri que só porque alguém não me ama da forma que desejo, não significa que esse alguém não me ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprendi que nem sempre é suficiente perdoar, algumas vezes tens que aprender a esquecer. Aprendi que com a mesma severidade com que me julgam, poderão ser em algum momento condenados. Aprendi que não importa em quantos pedaços o meu coração foi partido, o mundo não parou para que conseguisse conserta-lo, antes de ser partido novamente. Aprendi que o tempo não é algo que possa voltar para trás. E aprendi que realmente consigo suportar mais...Que sou realmente forte, e que posso ir muito mais longe depois de pensar que não posso mais. E que realmente a vida teme que eu tenho valor diante da vida! As nossas dádivas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderia conquistar, se não fosse o medo de tentar...